segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Futilidades do mundo moderno

Eu sei. Fazia tempo que não aparecia por aqui. Alguns devem pensar que desanimei após a derrota para Presidência da AIESEC pela segunda vez, outros nem sentiram falta. O que posso garantir é que o processo de eleição foi bem valioso para um garoto de 21 anos. Nunca imaginei que seria tão produtivo. Nunca sonhei em passar por tal experiência tão jovem. Lerolero...Não irei me alongar nisso, o passado passou. O futuro depende do ‘’agora’’, então melhor focar nisso.

Durante esse tempo não cessei minhas reflexões pessoais e análises da vida cotidiana. Percebi algumas futilidades, as quais, na minha opinião, norteiam nossos passos e definem nossas ações e destino. Vou compartilhá-las.

Poder da mídia: a formação da memória inútil e desfocada

Não percebemos, mas somos totalmente manipulados pela imprensa. O que está em pauta para eles, está para gente. Se eles ‘’esquecem’’, nós esquecemos. A indignação momentânea que vemos na telinha é pura fachada para demonstrar “apoio” à população. O mensalão ninguém lembra e a festa continua, como sempre foi. O Arruda será esquecido em 3 semanas. Casos como o de Eloá, Isabella Nardoni e João Hélio nos sensibilizam até o Jornal Nacional parar de falar. Estamos calejados com notícias ruins, inertes e são poucos os que vão a fundo na busca pela justiça. Enquanto isso nos divertimos com as discussões no BBB. É a política do pão e circo controlando os avatares da sociedade. Com tanta informação ‘’inútil’’, deixamos de ser seres humanos inteligentes e atualizados, passamos a ser comentaristas pontuais e desfocados – falamos de tudo um pouco, não retemos nada que preste.

Sistema educacional: aprendendo o intocável, isoladamente

No Ensino Médio, aprendemos sobre átomos, sistema solar, caatinga, estafilococos, etc. Na faculdade, teorias e mais teorias sobre nossa profissão, quilos e mais quilos de páginas para serem lidas até semana que vem. Mas a essência do sucesso – saber lidar com pessoas (não me refiro a companheiros de cerveja, balada, futebol ou compras) – é descartada deste ambiente. Afinal, somos incentivados à concentração máxima: estudar sozinho a maior parte do tempo; trabalhos em grupos são esporádicos e poucos alunos rendem – o resultado é uma decoreba sem limites. Não sabemos identificar quando alguém do nosso ciclo social está bem ou mal, como podemos ajudar ou explorar o potencial de cada ser humano. Aprendemos muito sobre o invisível e intocável; pouquíssimo sobre o que realmente pode gerar o diferencial de cada um. Com todo o respeito, nossos professores (salvo raríssimas exceções) são apenas propagadores de informação e não ‘’construtores’’ de mentes que pensam. E nós, simplesmente aceitamos isso. Alimentamos nosso individualismo para depois fazer dinâmicas de grupo que nos coloquem no mercado.

Mente e corpo: desbalanceamento que aprisiona

Não cuidamos da nossa mente e corpo (saúde) como deveríamos. Alguns não cuidam de nenhum, outros cuidam só do corpo (no carnaval isso fica evidente). Quando digo cuidar da mente não me refiro à leitura de jornais, livros, revistas ou a massagem capilar; refiro-me ao exercício de criar sua identidade com o que faz, descobrir um sentido para suas ações em busca de um cenário satisfatório, para você! Muitas vezes deixamos de fazer isso por simples falta de tempo, ou preguiça. E assim continuamos, semana após semana (já estamos em Março – 1/4 do ano). Não desafiamos nossa rotina, não temos sonhos próprios/autênticos, não refletimos sobre nosso caminho (para onde você está indo? isso vai de encontro com o que deseja?), nosso impacto é passageiro e não histórico. Equilibrar mente e corpo é um dos grandes desafios atualmente. Estamos presos, sem saída, correndo contra o tempo e sem destino algum, apenas seguindo padrões pré-estabelecidos.

Valores materiais que se sobressaem dos espirituais

Gastamos no mínimo R$ 350,00 para o carnaval e economizamos este valor com todas as nossas forças. Mas no Natal ou aniversário de parentes, não nos damos o luxo de gastar enquanto não estivermos economicamente saudáveis. Gastamos horas twittando, deixando scrap ou postando em blog, mas não disponibilizamos segundos para visitar alguma assistência social ou conversar com nossos avós sobre a época deles. Afinal, são as futilidades que nos tornam participantes ativos do mundo atual.

A conclusão que tirei de tudo é: tenho que mudar minha rotina, balancear minhas atividades, filtrar as informações que recebo. E, acima de tudo, devo me sentir bem, feliz com minha vida e ao mesmo tempo ter a certeza (ou pelo menos pouca incerteza) de que o trajeto que estou escolhendo é o correto para atingir meus objetivos.

Exercite sua mente =)

Espero que esse post tenha servido para algo e que não seja esquecidodentro de instantes.

Beijos e abraços,