terça-feira, 29 de setembro de 2009

Juiz de Fora

Comi o famoso torresmo do Bar do Bigode, os 3 tipos: torresminho, tira e a ponta! Assim, realizei um sonho que surgiu desde o primeiro momento em que fiquei sabendo que seria o responsável por dar suporte ao escritório da AIESEC na cidade mineira ou ‘’esquina do Rio’’.

Cidade boa, muito agradável, já até marquei minha volta: 23 de Outubro. Retomando o torresmo: sinceramente fiquei feliz em experimentá-lo, ainda mais acompanhado de Itaipava gelada e acima de tudo, boas companhias. Mas o torresmo está longe de marcar minha vida. O que marcou minha vida foram as pessoas que conheci. Antes de fazer meu trabalho como coach, fui incumbido de ser o Chair, responsável por conduzir (ou pelos menos tentar) um evento – no caso, a conferência de recepção aos membros novos da AIESEC em Juiz de Fora, vulgo Discovery Days.

Que final de semana maravilhoso! A começar pelo local, uma chácara (ou granja para os nativos). Uma casa grande, com piscina, jardim, karaokê, animaizinhos (macaco, araras – ambos em jaulas, cachorros e gato). Nada demais, tudo normal. Jamais! Normal? Não para quem vive em São Paulo. Tive a oportunidade de ver estrelas e o céu azul. Os sons dos pássaros e das folhas nas árvores se mexendo substituíram as buzinas e o alarme do metrô – aquele que avisa que porta irá fechar. Eu respirei ar! Juro!

Conheci um pouco mais sobre a história da AIESEC de Juiz de Fora. O início foi em 2007, quando um grupo formado por 9 jovens quis fundar a organização na cidade. Muitas dificuldades e derrotas foram vividas desde então. Mas, acima de tudo muita luta e paixão estava envolvida em cada obstáculo superado. Hoje, em 2009, uma nova geração está chegando para dar continuidade ao trabalho daquelas pessoas e fazer o sonho dar cada vez mais certo. E tem dado muito certo por sinal. A paixão continua e, obviamente, a luta não cessa. Hoje a AIESEC JF tem mais de 30 membros e está perto de realizar 20 intercâmbios. 20 vidas mudadas a nível internacional, outras dezenas afetadas positivamente pelas experiências que a organização oferece a nível nacional e local.

Em uma das sessões, a história toda foi recordada. No início, eu estava mexendo nas minhas planilhas de Excel, trabalhando. Quando resolvi prestar atenção no que estava acontecendo, larguei tudo na hora. Aproximei-me de todos. Sentimentos do passado se confundiram com os desejos para o futuro e a realização do presente. Naquele momento, vi pessoas se emocionando, ao cruzar acontecimentos da vida pessoal com a AIESEC, pessoas manifestando identificação com a instituição e gratidão pelos seres humanos que construíram toda essa bela história. Fui contagiado por algo superior, uma energia mais forte do que qualquer palavra. Não consigo descrever, apenas recordar as belas emoções que senti. Fui surpreendido.

Novamente, tive que agradecer pela oportunidade que recebi. Agradecer por ter conhecido cada um que estava lá. Por ter passado momentos de diversão e aprendizado. Por ter ganhado mais energia ainda para continuar lutando pelos meus sonhos e pela AIESEC. Chorei de alegria novamente.

Obrigado a todos os membros da AIESEC em Juiz de Fora pelo carinho, por todos os momentos de alegria, pelas risadas e por fazer a diferença na minha vida. Contem sempre comigo. Sempre mesmo! E em breve, estarei novamente ao lado de vocês.Do fundo do meu coração, desejo muito sucesso a todos.

Um grande beijo e forte abraço,

Bona.



sábado, 12 de setembro de 2009

Para toda a vida.



O avião acaba de decolar. São 18 horas e 43 minutos em Londres do dia 6 de setembro. É o início da minha viagem de volta para casa. Nos últimos 26 dias passei pela experiência mais marcante da minha vida. 12 horas de viagem me esperam pela frente. Tenho que fazê-las valerem. No início, li um pouco da minha nova aquisição literária: Barack Obama for Beginners - para tentar entender um pouco mais sobre essa figura única, amado em grande parte do mundo ‘’apenas’’ por seu carisma. Logo depois, cheguei em Zurique (Suiça) para fazer conexão do vôo. Enquanto esperava o avião, adiantei algumas coisas do trabalho. Já dentro da aeronave, erroneamente tirei meus sapatos para ficar mais confortável. Sabe como é: nos últimos dias de viagem as meias começam a ser usadas mais de uma vez e liberam um odor não muito agradável - carniça. Desculpem o detalhe. Enfim, tinha mais 11 horas pela frente. Assisti ‘’Uma noite no museu 2’’, durmi um pouco - porque ninguém é de ferro - e então decidi: vou refletir! Comecei a lembrar de todos os momentos do Congresso Internacional da AIESEC. Lembro claramente da primeira experiência de impacto: na cerimônia de abertura foi apresentado um vídeo, daqueles motivacionais, falando sobre a organização e sua abrangência. Funcionou! Na tela, todos os nomes dos 107 países apareceram. Naquele instante não me contive. Uma mistura de sentimentos de responsabilidade, emoção e expectativa me fizeram ficar arrepiado, ao mesmo tempo em que lágrimas tímidas – limpadas com meus dedos indicadores (dramático)- saiam dos meus olhos. “Mais de 100 países”. Durante 2 anos na AIESEC isso era apenas uma frase de impacto para mim. Em Kuala Lumpur, na Malásia, a frase se tornou realidade. Foram 12 dias intensos. Fiz amigos na Bósnia, Indonésia, Bolívia, Guatemala, Moçambique, México, Ucrânia, Moldova, Colômbia, Holanda, Alemanha, Gana, Tanzânia, Turquia, Tadjiquistão, Egito, Rússia, Porto Rico, Panamá, Argentina, Chile e por aí vai. Fiz reuniões com outros países para alavancar nossos resultados em intercâmbio e melhorar a qualidade de alguns processos de minha área (finanças). Escutei de um menino da Malásia: ‘’Eu quero mudar o mundo’’. Isso já ouvi muito, mas não com aquela convicção. Ouvi um africano dizer que pode mudar o meu mundo e que eu posso mudar o dele. Está louco? Não, ele tá certo. Em rodas de discussões, estava no meio de representantes do Afeganistão e dos EUA, de Armênia e Turquia, Brasil e Argentina (3 a 1), Alemanha, França, Inglaterra, países da África no mesmo local de pessoas dos países colonizadores. Estava num mundo em miniatura, preso em um hotel , com mais de 600 pessoas. Mas aquele mundo, estava distante do nosso. Lá, os esforços eram em conjunto. Todos estavam ali para gerar novas ideias, soluções e ações práticas para mudar onde vivemos. A paixão pela vida e a vontade de fazer a diferença movimentou negros, brancos, amarelos, etc. E, falando em paixão, achei que a minha pela AIESEC e pelo desenvolvimento que ela me oferece já estava no patamar mais alto possível. Estava enganado novamente. Fui surpreendido. De uma maneira inexplicável. Minha visão de mundo mudou de novo! Não agüento mais! Mentira! Brincadeirinha. O que faço hoje é o máximo que posso oferecer? Não. Nunca será! Como dizem livros e teorias de administração: a melhoria tem que ser contínua. E pelo menos para mim está sendo. Sinto-me energizado. Cheio de oportunidades. Não quero parar e voltar para faculdade ano que vem. Quero seguir minha vida aqui, em casa, na AIESEC. Posso ir trabalhar na AIESEC em Singapura, ou em Marrocos, ou em Moçambique. Quem sabe na Holanda, ou até mesmo lá pelas Américas. Algo mais aventureiro: Nova Zelândia. Ou mais ‘’tecnológico’’: Japão. Desafiador: Quênia. Chocante: Camboja. Posso parar de pensar nos meus passos futuros agora e voltar a minha realidade: Brasil.

Eeeee \o/

Essa última opção é mais viável no momento. Ainda tenho 10 meses de gestão. Muito e pouco tempo – depende do meu esforço. Milhares de tarefas a serem cumpridas, reuniões a serem feitas, conferências a serem entregues, estresses a serem passados, e-mails a serem respondidos e enviados, auditorias a serem feitas, planilhas e mais planilhas de Excel a serem usadas, decisões a serem tomadas, ideias a serem apresentadas, vitórias a serem obtidas, derrotas a serem transformadas em aprendizado. E eu tenho 10 meses! Vish! Assim como minha viagem de volta para casa está valendo, que esse tempo também seja bem utilizado. E será! De repente, paro de pensar no que passei. Uma sucessão de imagens de pessoas começa a vir na minha mente, como flashes. Professores, treinadores, colegas de trabalho, irmãos de trabalho, amigos, família, meu irmão, meu pai, minha mãe. Todos estão sorrindo para mim, parece que sabem que estou feliz. Volto ao meu passado. Por que estou aqui? Por causa dessas pessoas. Foram elas que consolidaram minha educação, minhas crenças, meus valores, meu comportamento. Não sei se tudo está certo. Sei que estou bem, pronto para tentar explorar o meu potencial como ser humano (e isso todos tem) para impactar positivamente a vida de outras pessoas. A todos que fizeram parte do meu ciclo de amizade e aprendizado: obrigado. Tenham a certeza de que os levarei para a vida toda.


Beijos e abraços.