
A última vez que a tinha vivenciado fora em janeiro de 2009. Eu sei que não é muito tempo comparado a grande maioria das pessoas, mas acredite, a primeira vez que ficar sem férias vai sentir falta e quando recebê-las por 10 dias terá dificuldades para voltar ao cotidiano. É como se eu fosse uma criança com um doce roubado antes de consumi-lo. Maldade! Não, realidade.
Realidade que exacerba suas fraquezas quando fazemos essa transição: ‘’recesso’’ para excesso. Uma abundância de informação que extingue nossa concentração.
Meu chão deixou de ser maleável e agradável como a areia, voltou a ser duro e irregular como o asfalto (que lembra assalto, que...chega! – foi só para tornar o texto dinâmico); a água que saia da cachoeira, agora sai da torneira; o som das ondas quebrando na praia foi substituído pelo aviso das portas no metrô; durante a noite, as vozes da natureza (grilos, cigarras, pássaros) desapareceram para darem lugar às aceleradas dos ônibus que saem do ponto na frente de casa; as aves aqui, não pousam em galhos, mas em fios de alta tensão; a paisagem bonita e inacabável agora só poderá ser visualizada pela tela do computador.
Lá, sentia-me como um homem dentro da natureza.
Aqui, tenho dificuldades em encontrá-la dentro de tudo o que construímos.
Lá, a paz estava fora e dentro de mim.
Aqui, tenho que me esforçar para silenciar meu interior.
Estou de volta, não posso querer mudar isso e nem quero, sou apaixonado pelo que faço. Além disso, com o dinheiro que tenho não duraria 1 mês no ‘’paraíso’’. O sustento e o crescimento estão aqui, não lá.
Volto após não ter sido eleito presidente da AIESEC no Brasil. Justo, pois só é eleito aquele que se mostra elegível, fiquei devendo. Mais uma derrota para contagem.
Porém li algo intrigante durante meu descanso e ei de concordar: derrotas, perdas, vitórias e conquistas são privilégios dos vivos.
E, se eu estou vivo, posso buscar novas oportunidades ou tentar a mesma pela segunda vez. Novas eleições serão realizadas, estarei lá.
Derrotado é aquele que tem medo. Perde aquele que não arrisca.
Vitoriosos aqueles que traduzem a vida como aprendizado infinito.
Um Feliz 2010 para todos.
Beijos e abraços.