sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Irmuun Mongol - lar e trabalho

Obrigado pelas visitas no último post. Bem vindos ao novo.

Ahhhh, a Mongólia. Nada se compara a esse país. Calma! Segura o coração. Mesmo completando uma semana na terra de Gengis Khan, não irei escrever sobre ela no post de hoje. Acredito que uma semana é tempo insuficiente para conseguir retratar com critério tudo que tenho visto e ouvisto (brincadeirinha). Podem crer: é muita coisa nova.

Falarei do trabalho e de casa, que por coincidência são no mesmo local. \o/

Vim para Ulaanbaatar (GMT + 8, ou seja, diferença de 11 horas para o Brasil) para trabalhar durante 3 meses na ONG Irmuun Mongol (Obs.: aproveite a primeira palavra “mongol” neste blog para preparar todas suas piadinhas).

O que fazemos aqui?

A Mongólia “abriu suas portas ao mundo” (bem devagarzinho e desorganizadinhamente), logo após a queda da União Soviética no início da década de 90. Desde então, o país começou a encarar o inglês como segunda língua e aos poucos isso vai se intensificando. Lembrando que aqui se fala mongol (sua chance de fazer a piadinha sem graça). Entonces, o objetivo da Irmuun é ajudar os jovens (carentes ou não) a falar o inglês. Tal informação expõe minha função aqui: lecionar! Ô chiqueza hein minha gente? Sou professor.

A priori, achei que daria aulas para meninos e meninas entre 9 e 12 anos. Engano meu. Meus alunos vão de 9 a 25 anos. Bem diverso e dinâmico.

A estrutura aqui é simples, somos no total 3 professores (incluso a dona) e o número de alunos chega no máximo a 15. Agosto é mês de férias e a maioria dos estudantes volta para suas casas, nos arredores da capital. Ou seja, estamos nos cursos temporários. Tudo está bem tranquilo. Dou aula na parte da manhã e alguns dias, no final da tarde. Nas horas vagas, dou uma ajuda para a AIESEC Mongólia, pois acabaram de se juntar a rede internacional. =]

Algumas fotos da escola. Esqueci de tirar com os alunos. Derfs. Perdão! Mas tem tempo. Os pequenininhos, de olhinho puxado, carinha redonda...cuti-cuti.

É meu dever comentar sobre a chefa (Chimeg: Lê-se algo como Chimidjégui), Nara (outra professora) e os alunos. No primeiro dia em Ulaanbaatar (domingo), Chimeg fez questão de me encontrar para apresentar o apartamento-escola, fazer compras (pagando tudo) e explicar como funcionariam as aulas. Logo na segunda-feira, ela preparou meu almoço (como tem feito todos os dias) e ficamos cerca de uma hora conversando. História da ONG, dificuldades financeiras e estruturais, motivação dela continuar com o trabalho, valores que ela segue, família e por ai vai. Ao mesmo tempo em que a escutava atenciosamente, lembrava que eu estava do outro lado do mundo graças aos meus pais, família e amigos, que confiaram nas minhas decisões e formaram a base de minha personalidade. Estou aqui por eles. Sou eles. Ai já viu né? Quem me conhece sabe que tive que conter o líquido que teimava em sair dos meus olhos - tamanha era minha felicidade de ter caído num local abençoado, que me deixasse tranquilo e feliz. Pessoas de bom coração e boa índole.

E isso também se confirmou depois, com o carinho e o interesse dos meus alunos pelo Brasil e com o suporte de Nara me ajudando na comunicação. Afinal, eles falam mongol e estão aprendendo o inglês. Imagine a dificuldade para me entender às vezes. Nada que vários anos de mímica, fotos e encenações não consigam facilitar. =p

Algumas coisas me chamaram a atenção neste pouco tempo ao lado dos jovens. Primeiro no geral todos têm muita vergonha de falar inglês, um pouco de medo e insegurança – algo normal, nada relacionado ao país em si. Eu era um túmulo na aula de inglês. Mas se você tocar no assunto futebol (Ronaldo, Ronaldinho, Kaká) ou hip-hop (Eminem, 50 Cent) ao menos com os meninos a história é outra. Aos trancos e barrancos eles se esforçam para se comunicar e darem a opinião. O melhor foi o comentário de Anaand (9 anos): “Maradona is bad. He did goals and said: I’m nice, I’m nice" ao mesmo tempo que fazia mímica para caracterizar a falta de humildade do “crack” argentino. Aquilo para mim foi a glória! Talvez a afirmação tenha sido fruto de minhas aulas:

Segundo que a humildade das pessoas aqui é coisa linda. Oyuuna, 25 anos, quer ir para os Estados Unidos estudar. Um dia fiquei ajudando ela a responder algumas possíveis perguntas que a Embaixada poderia fazer na hora de tirar o visto - “Por que você quer ir para os Estados Unidos e não para outro país?” – resposta: “Porque meu grande sonho é ver a Estátua da Liberdade”. A simplicidade mexeu comigo e me dei conta que realmente estava num lugar pouco explorado, com poucos “exploradores” do mundo, se é que me entende. Novamente agradeci por tudo o que estou vivenciando.

Fora a delicadeza e atenção dos alunos comigo ao me levarem para passear, explicaram tudo direitinho e me mostraram o maior monastério budista do país. Coisa de filme, que fica pro próximo post. Hohohoho

E o apartamento? Filé! Somente para mim! Experiência boa.

Minha cama é um sofá, mas tenho tido boas noites de sono ali. A cozinha é bem equipada, coisa fina. Minha sala é a mesma que usamos para dar aula – cheia de brinquedos que me fazem lembrar a infância. Tem um até parecido com um do Gugu eu acho (vide abaixo).

Tudo perfeito. Não! Qual a graça de tudo certinho? Nenhuma. Lembra do meu problema com banho no trem né? Sonho meu imaginar bons e constantes banhos quentinhos na Mongólia. O chuveiro aqui tem dois probleminhas: (1) a “boca” dele está quebrada – a água não sai com perfeição pelos pequenos orifícios que estamos acostumados, é um jato só. Como eu posso explicar....hummm....um “mijo” gigante! Ok, fui infeliz! Mas deu para imaginar como é, certo?; (2) a água é gelada (e ficará assim até dia 16). Eu disse gelada. Não fria. Gelada é pior. Então imagine você, um jato gelado caracterizou meus primeiros banhos. Cada banho demorou em torno de 2 horas: 1h51 criando coragem para entrar, 6 minutos de intervalos e 3 de tremedeira embaixo da água. Foram divertidos no final das contas. Agora, esquento a água, coloco na bacia e aos poucos, com minha xícara fico limpinho. A la novela das 6.

Fora isso, tem as moscas. Malditas moscas! E o pior é que são audaciosas. Elas miram na orelha para incomodar. São comuns em muitos lugares (sem ar condicionado). Em alguns momentos paro tudo que estou fazendo e com meus cadernos de inglês vou para a chacina. Nunca deu certo infelizmente. Faz parte.

Bom, começar com o pé direito (trabalho e acomodação bons) é mais do que perfeito. Ter essa base para conhecer um país em desenvolvimento será fundamental para meu proveito por aqui. Adianto que o “lado de fora” não é tão fácil assim e ao mesmo tempo possui belezas raras. É disso que trataremos daqui para frente. Contrastes.

Obs. 1: morar sozinho te força a fazer coisas que nunca fez. Tipo cozinhar. Aproveitei a oportunidade e a falta de prática para lançar a série: O Cozinheiro Mongol – a la carte com Gustavo Bonafé. Aceito sugestões de receita! Ajudem! O primeiro vídeo já está pronto:



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Obs. 2: vale muito a pena visitar os blogs de outros viajantes espalhados pelo mundo. Nos meus favoritos (menu direito do blog) alguns de meus amigos têm contado histórias incríveis!

Fica combinado então, próximo post, desbravando Ulaanbaatar, a capital da Mongólia.

Se cuidem.

Beijos e abraços, bom final de semana!

4 comentários:

  1. Juro que morri de vontade de comer seu frango! To morrendo d fome do lado de cá! hahaha
    Vou testar sua receita! Depois t conto se foi bem sucedida!

    Beijão, Bona!

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  2. Bona!!

    Já que esse frango aí ficou parecendo uma sopa, segue uma dica pra fazer um frango delicioso e facinho:

    3 ingredientes - coxas de frango, margarina e sopa de cebola (aqueles saquinhos pra fazer sopinha de regime, sabe: é só um pózinho)

    Pegue uma assadeira, e coloque uns "spots" (meia colher) de manteiga pela assadeira (nos lugares onde vc vai colocar o frango). Coloque o pózinho da sopa de cebola e um prato e "banhe" o frango no pózinho. Depois é só colocar o frango todo sujo de sopa de cebola em cima dos "spots" de manteiga e colocar no forno.

    Aí é só ficar olhando ele ficar como uma cara boa e...tchanannn!! delicia!!

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  3. Fica a dica pra próxima receita do cozinhando com Bona:http://tudogostoso.uol.com.br/receita/16-mousse-de-maracuja-facil.html

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  4. Gu...tenho uma receita boa pra você!!

    OMELETE!

    Huahuaha...brincadeira Gu!!!
    Vou pensar em alguma coisa gostosa...

    CHOCOLATE...

    Nããããooo... calma... tem que ser comida...
    Humm...deixa eu ver...

    Olha...tem uma coisa bem de gordo, mas é gostoso!!
    Hamburgão à Parmegiana!
    Eu nunca fiz, mas eu vi na net e acho que deve ser muito bom! Vou fazer e depois te falo se ficou bom, mas ai vai a receita!

    Ingredientes
    500 g de carne moída (patinho)
    1 copo (200 ml) de trigo para quibe
    1 copo (200 ml) água fervente
    1 cebola picada
    1 colher (sopa) de hortelã fresca picadinha
    2 dentes de alho picadinho
    1 ovo inteiro
    Sal a gosto
    1 xícara de molho de tomate pronto
    200 g de mussarela ralada
    50 g de queijo parmesão ralado grosso
    Orégano a gosto

    Preparando...


    Antes de começar a preparar a carne, lave o trigo para quibe e deixe de molho em uma vasilha com 1 copo de água fervente (aproximadamente 30 minutos)
    Tempere a carne moída com sal, cebola e alho
    Acrescente o ovo, a hortelã e misture bem com as pontas dos dedos
    Em seguida, acrescente o trigo para kibe reservado (já deve estar escorrido e espremido)
    Misture tudo muito bem até ficar homogêneo
    Unte com azeite uma forma de pizza (grande)
    Distribua a carne por toda a assadeira com o auxílio das mãos, formando um disco
    Leve ao forno médio pré-aquecido para assar por aproximadamente 30 minutos
    Retire do forno, espalhe o molho de tomate e cubra com a mussarela, o queijo parmesão e orégano
    Volte ao forno para derreter os queijos (aproximadamente 8 a 10 minutos)
    Sirva com arroz branco, salada fresca verde e tomate cereja

    Tomara que de certo Gu! Me pareceu gostoso! :)
    Um beijão, saudades!!!

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